Clínica médica: 5 dicas para abrir a sua

Muitos profissionais da área da saúde sonham em ter o seu próprio negócio. Porém, abrir uma clínica médica exige muito planejamento e conhecimentos gerenciais que, nem sempre, são ensinados nas escolas de medicina. Mas, sem dúvidas, as clínicas médicas são um bom investimento, já que apresentam retornos interessantes para os seus proprietários.

Atualmente, cerca de 47 milhões de brasileiros contam com planos de saúde privados, e o número seria ainda maior caso os planos fossem mais acessíveis. Um dado que comprova isso é a pesquisa realizada pelo Ibope, para o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que apontou que mais de 70% dos brasileiros gostariam de ter plano de saúde privado, já que a disponibilidade de profissionais no setor privado é três vezes maior que a aquela oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Esse número aponta um campo propício para o surgimento de clínicas médicas, uma vez que elas apresentam-se como uma opção que oferece serviços de saúde com mais qualidade por um preço mais justo.

Se você está interessado em abrir a sua própria clínica médica, veja as cinco dicas essenciais que separamos para você.

 

Dica #1: Escolha a melhor localização para a clínica médica

A localização de uma clínica médica é um dos fatores mais importantes do negócio, uma vez que ele pode ser determinante, inclusive, para a escolha dos tipos de serviços que serão oferecidos pelo estabelecimento, assim como para a definição dos valores que serão cobrados por cada um deles.

Estudos realizados pelo DATASUS e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que os gastos com saúde das pessoas pertencentes às classes mais baixas são referentes à compra de medicamentos, enquanto o dispêndio das classes mais altas está relacionado aos serviços de saúde, como terapias e diagnósticos.

Como você pode ver, esses dados são muito importantes para a escolha da localização para a sua clínica médica, já que é preciso conhecer os hábitos de consumo da população local e, com base nessas informações, inferir se essas pessoas poderiam ser potenciais clientes.

Além do tipo de clínica médica e de serviços a serem oferecidos, a localização do seu negócio também dirá qual será a infraestrutura necessária para atender bem aos clientes, de acordo com as necessidades de cada tipo de público. Isso implicará no tamanho dos consultórios, no tipo de mobiliário, na estrutura da recepção, se é preciso haver estacionamento ou não, se haverá serviço de manobrista, entre outras coisas.

 

Dica #2: Esteja atento às exigências legais

O primeiro passo é registrar e legalizar a sua clínica médica. Por se tratar de um serviço de saúde, existem algumas regras importantes que devem ser seguidas, para que o negócio obtenha todas as licenças necessárias à sua abertura e funcionamento.

As etapas do registro de uma clínica de saúde são:

  1. Registro na Junta Comercial;
  2. Registro na Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
  3. Registro na Secretaria Estadual da Fazenda;
  4. Registro na prefeitura, para obtenção do Alvará de Licenciamento e Funcionamento;
  5. Enquadramento na Entidade Sindical Patronal, já que a sua clínica será obrigada a recolher a Contribuição Sindical Patronal anual;
  6. Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”;
  7. Registro no Corpo de Bombeiros Militar;
  8. Visita à prefeitura da cidade onde pretende montar a sua empresa (quando for o caso) para fazer a consulta prévia de local para verificar se o zoneamento é compatível com a atividade comercial.
  9. Obtenção do alvará de licença sanitária – adequar às instalações de acordo com o Código Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas). Em âmbito federal, a fiscalização cabe a Agência Nacional de Vigilância de Saúde, estadual e municipal, fica a cargo das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde (quando for o caso);
  10. Preparar e enviar o requerimento ao Chefe do DFA/SIV do seu Estado, solicitando a vistoria das instalações e equipamentos.

Além das questões relacionadas ao registro da clínica médica, os estabelecimentos que prestam serviços de saúde pública precisam observar uma série de normas, previstas nas seguintes leis:

  1. Lei 8.080/90: Lei orgânica da Saúde;
  2. Lei 8.142/90: Trata da participação da comunidade na gestão do SUS;
  3. As Portarias 2.203/1996 e 373/2002; e
  4. Resolução 399/2006: aborda o Pacto pela Saúde de 2006 e aprova as diretrizes operacionais desse acordo.

Para ter acesso a outras leis referentes à gestão da saúde, você pode acessar o Portal da Saúde, consultando o site: SaúdeLegis.

Ter a ajuda de um Contador seria fundamental para conhecer mais detalhes sobre a legislação tributária aplicável às clínicas médicas. Principalmente, para compreender como é a melhor maneira de remunerar a sua equipe médica.

Pensando em simplificar o repasse de pagamento aos profissionais de uma clínica médica, a ContSelf desenvolveu uma solução que evita o pagamento de impostos indevidos. Clique aqui para saber mais.

 

Dica #3: Contrate uma equipe ética e de qualidade

Uma boa clínica médica precisa ter uma equipe de qualidade, que transmita seriedade e comprometimento com a saúde e bem-estar dos seus pacientes.

Inclusive, essa preocupação deve se estender também aos funcionários que trabalham nas áreas de suporte, como é o caso das recepcionistas, da equipe da limpeza, dos seguranças, entre outros envolvidos no atendimento.

A escolha dos médicos que atuarão na clínica deve ser feita de acordo com os tipos de serviços que serão oferecidos aos pacientes. Invista no seu quadro de especialistas para garantir que os seus clientes serão atendidos pelos melhores de cada área.

 

Dica #4: Não é preciso investir tanto em equipamentos

Sem nenhuma dúvida, o investimento em equipamentos é um dos maiores gastos que o empreendedor pode ter ao abrir a sua própria clínica médica. Além do alto custo de aquisição, há também os dispêndios com as manutenções periódicas obrigatórias, que são extremamente importantes, para que nenhum diagnóstico seja comprometido por qualquer imprecisão mecânica.

Entretanto, hoje em dia existem soluções de aluguel em comodato de diversos tipos de equipamentos, como é o caso de eletroencefalograma, espirometria e eletrocardiograma, por exemplo.

Dessa maneira, o gestor da clínica médica não precisa se preocupar com o alto investimento inicial e, tão pouco com as manutenções dos equipamentos, que geralmente é feita pela empresa locadora.

 

Dica #5: Prepare-se financeiramente para abrir a clínica médica

Para compreender o valor médio total que será investido na abertura da clínica médica, é muito importante ter o auxílio de um profissional com habilidade para isso, como um Contador, por exemplo.

Levando-se em consideração todos os outros pontos discutidos neste artigo, o profissional contratado fará um estudo de viabilidade do negócio, apontando quais seriam os investimentos iniciais, qual o capital de giro necessário e quais seriam as reservas, conforme o tipo e tamanho da clínica médica.

Os investimentos em uma clínica médica podem ser, de forma geral, sintetizados por áreas, como:

  1. Custos com a estrutura física;
  2. Custos com os equipamentos médicos;
  3. Custos com o mobiliário (tanto administrativos, quanto hospitalares);
  4. Custos com materiais de consumo e estoques;
  5. Custos com pessoal;
  6. Custos com a infraestrutura de informática;
  7. Capital de giro.

Todos os investimentos acima (exceto o capital de giro) sofrem depreciação, o que gera mais custos para o empreendedor. Por esse motivo, o estudo de viabilidade de uma clínica médica é tão importante, já que ele dirá o total do investimento necessário para que a clínica possa iniciar e manter suas atividades de forma sustentável.

Neste artigo, você viu quais são os passos iniciais para realizar a abertura de uma clínica médica. Caso tenha alguma dúvida sobre o tema, ou queira fazer uma observação, deixe o seu comentário abaixo.

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